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09 de abril de 2017 - Por Portal Tageszeitung


Debate sobre o uso do lenço muçulmano em escolas


"Uma marca pedagógica fatal. Por detrás do lenço na cabeça está a representação de que o corpo da mulher é um objeto sexual", diz o psicólogo e autor [i]Ahmad Mansour.


TAZ.DE: Ahmad Mansour, o que o Sr. tem contra as mulheres usarem o lenço muçulmano durante as aulas nas escolas?

Ahmad Mansour: "Antes de tudo, eu não tenho nada contra as mulheres usarem lenço, mas eu rejeito o seu uso como símbolo religioso. Por detrás disso está a representação de que o corpo da mulher é um objeto sexual, o qual precisa ser ocultado e com isso numa ideologia patriarcal, as mulheres não são mais vistas com os mesmos direitos. Eu acho altamente problemático esse símbolo nas escolas, ainda mais nos tempos atuais, onde muitas estudantes têm discutido conceitos duvidosos sobre o papel dos gêneros".


TAZ.DE: Que tipos de conceitos são esses?

Ahmad Mansour: "Nós já temos parte das meninas da Alemanha vestindo o lenço na escola primária! Pra mim, não está claro que elas estão agindo de livre e espontânea vontade. Em todo o país, há milhares de meninas, as quais não participam das aulas de natação, não estão livres para escolher seu parceiro, onde suas famílias e autoridades religiosas são desvalorizadas, pois não se vestem de maneira islâmica. Essas estudantes se põem ainda à frente de uma professora vestindo véu. Eu acho isso pedagogicamente e socialmente um sinal perigoso".


TAZ.DE: O Sr. supõe também que mulheres que vestem o lenço muçulmano mantém todo o conservadorismo partriarcal islâmico?

Ahmad Mansour: "A palavra "supor", nesse contexto, não me agrada. A justificativa mais recente na sentença do julgamento do Tribunal Federal Constitucional da Alemanha ou BverfG, deu o direito a duas professoras.E foi dito claramente, que poderia ser plausível concordar que o lenço é uma obrigação religiosa. Porém quando alguma coisa é vista como obrigação, definitivamente não é uma decisão livre. E a idéia teológica básica por detrás disso, tem também a ver com a liberdade de direitos".


TAZ.DE: Professores igualmente sem o véu poderiam ter também atitudes opressivas. Apesar disso, eles são julgados capazes de serem neutros. Por que?

Ahmad Mansour: "Não é verdade. Quando um conhecido diretor de escola se torna um apoiador do [i]AfD, eu quero também abordar esse tema. Concordo que ninguém sabe o que se passa na cabeça das pessoas, mas se elas vestem um kippa ou um lenço para ir à escola, isso precisa ser discutido.


TAZ.DE: O que o Sr. diz a respeito do argumento de que mulheres com o lenço podem ser um exemplo positivo, das quais mostram que as mulheres muçulmanas podem se tornar algo na sociedade da Alemanha e serem bem aceitas?

Ahmad Mansour: "Ser bem aceito, significa que a nossa Constituição deve ser respeitada sem restrições e em caso de dúvidas, ajustá-la com normas religiosas. Isso inclui que mulheres com ou sem lenço devam ser alcançadas. Mas existem setores que eu quero ter uma posição neutra, pois é muito importante ser assim, para uma socialização, na qual o conhecimento de valores facilita proposições. Em especial a pedagógica. Naturalmente, as mulheres com o lenço podem procurar as universidades para estudarem, tornarem-se professoras, trabalharem em bancos ou se tornarem políticas, quando forem eleitas. Porém, as crianças precisam que nós mostremos os papéis dos gêneros patriarcais e nem isso estão fazendo".


[i] Partido Alternative für Deutschland.

[i] Ahmad Mansour é um psicólogo e autor do livro "Generation Allah", de 2015.É diretor do programa "European Foundation for Democracy". Como árabe, cresceu em Israel e se aproximou do Islã quando jovem.Depois disso, em 2004, sobreviveu a um ataque terrorista em Tel Aviv e emigrou para Alemanha. Até 2016 ele era gerente do projeto antiviolência "Heroes", que usa o slogan "Contra a repressão em nome da Honra". Segundo o projeto eles: "Acreditam numa sociedade onde cada pessoa independente de sexo, religião e cultura têm os mesmos direitos e oportunidades". Site: https://www.awo-muenchen.de/migration/projektzentrum-interkulturelle-kommunikation/heroes-gegen-unterdrueckung-im-namen-der-ehre/projektbeschreibung/



Notícia original no site do DIE ZEIT.

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https://www.zeit.de/politik/deutschland/2017-05/salman-abedi-manchester-attentat-deutschland 


25 de maio de 2017, 14:08 hr - Por Die Zeit Online


Terrorista de Manchester esteve anteriormente na Alemanha

Salman Abedi, poucos dias antes do ataque terrorista a Manchester, esteve no aeroporto da cidade alemã de Düsseldorf. De acordo com agências de notícias, ele tinha 22 anos e esteve na Alemanha há dois anos atrás.


Após o ataque suicida a Manchester, as investigações também se voltam à Alemanha. A polícia revelou que Salman Abedi esteve na Alemanha, no aeroporto de Düsseldorf, de onde tomou um vôo para a Grã-Bretanha, 4 dias antes do ataque a Manchester. De acordo com a polícia de Düsseldorf, Salman fez um transbordo no aeroporto da cidade e a sua duração foi muito curta.

Até agora, as investigações das forças de segurança em Nordhein-Westfalen, não levam a maiores contatos de Abedi na Alemanha. O porta-voz da polícia, não quis se pronunciar a respeito de mais detalhes. As forças de segurança em Düsseldorf irão apoiar os investigadores britânicos na solução do ataque realizado em Manchester.

De acordo com a revista Focus e a emissora de TV alemã ZDF,Abedi esteve na Alemanha em 2015, em um vôo de Frankfurt para a Grã-Bretanha. Informações do Die Zeit Online levam a crer que Abedi foi treinado na Síria. Ainda não está claro, se o homem de 22 anos, conheceu outras pessoas ou encontrou mais alguém em Nordheim-Westfalen. Segundo a ZDF, no dia 18 de maio, Abedi fez um vôo da Turquia para Düsseldorf e seguiu de lá para a Grã-Bretanha.

Na manhã de quinta-feira, investigadores britânicos fizeram a prisão de 2 homens que eram suspeitos de terem ligações com o ataque. Um homem foi detido em Withington, e outro em Manchester. No total, já há outras 8 pessoas detidas.

O atentado suicida ocorreu durante um show de música pop em Manchester, na manhã de segunda-feira, onde 22 pessoas morreram e 59 ficaram feridas.




Notícia original no site do jornal BERLINER ZEITUNG.

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29 de maio de 2017 - Por Markus Decker


 Berlim precisa de um plano antiterror


Já se passaram 13 anos desde que o ex-ministro Otto Schily conseguiu implantar um plano comum de defesa contra ataques terroristas no centro e no interior da Alemanha. Essa foi a reação dos sociaisdemocratas contra o ataque de 11 de setembro de 2001. Desde 2004 cerca de 40 órgãos de segurança trabalham juntos na cidade de Berlim.

Esses órgãos trocam entre si informações a respeito de ameaças. Inclusive Ani Amri, executor do ataque terrorista usando um caminhão em [i]Breitscheidplatz, foi diversas vezes tema dessas repartições. Lá eles realizam análises críticas a todo o momento e como realizar alguns procedimentos, mas pelo visto não são sempre bem sucedidos quanto parecem.

O que está sendo agora planejado em Berlim possui um outro objetivo. A coalizão [ii]Vermelho-Vermelho-Verde quer encontrar uma maneira de tomar providências, caso ocorra um ataque terrorista e ao mesmo tempo reforçar a prevenção. Isso é bom, pois ataques terroristas não se restringem a apenas um lugar como Breitscheidplatz. Eles podem ser cometidos também em mais pontos e ao mesmo tempo, como ocorreram em Paris e Bruxelas.


Ataque islâmico provavelmente atinja metrópoles

Ataques a lugares críticos da infraestrutura do país, como o abastecimento de água, é algo também concebível. O combate aos terroristas exige que se chegue a um acordo. É de se preocupar também que nas cadeias, o número de criminosos habituais está aumentando, mas também o de islâmicos. De uma maneira ou de outra, Berlim é um lugar que está em foco.

Muitos islâmicos vivem por aqui e a preocupação com atentados terroristas tem aumentado cada vez mais em qualquer lugar da Alemanha. Os mais brutais ataques terroristas ocorreram em grandes metrópoles como: Nova York, Washington, Londres, Madri, Paris, Bruxelas e Berlim.

Esse fato não só foi falado, mas publicado no início do ano pelo ministro do interior Thomas de Mazière.


Não podem haver tabus

O político do [i]CDU gostaria de deixar o Centro Comum de Defesa Antiterror em Berlim-Treptow e centralizar nele as forças de segurança. Ele também se preocupa em relação ao comando do controle central, para que casos como o de Anis Amri, não se repitam e tentar evitar algo como "muitas pessoas com responsabilidades e no fim acaba que ninguém tem a real competência".

Se o avanço de De Mazière se tornasse realidade, o federalismo seria minado. No entanto, há razões plausíveis para discutir tal assunto com calma. Não pode haver tabus .



[i] União Democrática Cristã, o partido de Ângela Merkel. 

[i] Praça localizada em Berlim .

[ii] Coalizão entre os partidos Verde,SPD e Die Linke.

Notícia original no site do jornal BERLINER ZEITUNG.

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02 de abril de 2017 - Por Julia Haak


Ataques Antissemitas: Estudante judeu é assediado por causa de sua religião


Quem dia desses visitou o site da Escola Comunitária Friedenauer, deparou-se com notícias a respeito de um incidente envolvendo um caso de antissemitismo e desde então, o fato vem chamando a atenção. Um estudante abandonou a escola após sofrer insultos e ataques violentos.

Os agressores foram expulsos da escola. Um requerimento correspondente já foi feito pela direção escolar e publicado em algumas páginas da internet. "Nós esperamos que o aluno se recupere do choque e do episódio discriminatório ocorrido. Desejamos a ele que durante a sua trajetória escolar, não ocorram mais tais conflitos e incidentes", disse o diretor da escola.

Judeus são todos assassinos

As provocações tiveram início há 4 meses. Entre os envolvidos no ataque antissemita está um garoto britânico de 14 anos, o qual imigrou com seus pais para Berlim e frequentava a Escola Comunitária Friedenauer já há algum tempo.

O primeiro caso evidente de discriminação, aconteceu depois de que seus colegas de classe, queixaram-se do fato dele ser judeu. O jornal de língua inglesa, Crônica Judaica, noticiou que seus colegas de escola disseram a ele: "Você é um cara legal, mas eu não posso ser seu amigo, porque todos o judeus são assassinos".

Ameaças com pistola

No início de março, alguns adolescentes atacaram um outro jovem estudante num ponto de ônibus. Ele foi esganado e ameaçado com uma pistola de brinquedo. Muitos estudantes assistiram a cena e acharam graça da situação.De acordo com reportagens, sua mãe o retirou da escola após o fato ocorrido.

Tempos atrás, os avós de jovens que sobreviveram o Holacausto, deram uma palestra para os colegas de classe de seus netos, como testemunhas contemporâneas. A escola também aceitou o desafio de realizar um contato entre especialistas muçulmanos e judeus do [i]Neuköllner Salaam-Shalom de Berlim.

Punições serão aplicadas

"Antissemitismo em nossa escola", assim foi o título da carta escrita pela direção da escola, em sua página na internet. "Antes de tudo, nós gostaríamos de expressar nossas lamentações e o repúdio ao fato de que num dia normal de aula, um aluno da escola passou por uma experiência antissemita".

A escola desde 2016 é parte do projeto "Escola sem Racismo, Escola com Coragem", dizia a página na internet. Quase 80% dos estudantes, responsáveis e professores se dedicam a esse programa. O projeto foi desenvolvido para esclarecer aos alunos a respeito do antissemitismo. A escola se posicionou contra o incidente e puniu os alunos agressores. Nesse período, a instituição educacional, iniciou contatos pedindo apoio à Instância de Antidiscriminação da Administração do Senado.

Casos diários envolvendo hostilidades de jovens

Friedenauer há alguns anos, foi palco de brutais ataques antissemitas. O rabino Daniel Alter foi em 2012, testemunha ocular de um ataque a sua filha menor, apenas por ter dito que era judia. O Comitê Judeu Americano e a Associação Judaica do Fórum pela Democracia, queixam-se há anos do antissemitismo, o qual diariamente ocorrem incidentes em Berlim. A Reach Out, organização de assistência às vítimas, divulgou que só em 2016, ocorreram 31 ataques antissemitas.

O resultado de uma pesquisa feita com os estudantes, por ordem do Ministério do Interior, claramente mostra que o preconceito de muçulmanos contra os judeus é maior, do que os não-muçulmanos.No entanto, a polêmica tem a ver principalmente com a fé e crenças.

Geralmente as características antissemitas nos adolescentes são reflexos das posições preconceituosas de suas famílias. Os fundamentos são na maior parte devido ao conflito árabe-israelense.

Atitudes antissemitas representam, segundo um longo estudo da Universidade de Bielefeld, algo entre 15% e 30% da população alemã.


[i] Iniciativa intercultural entre judeus e muçulmanos fundada em Berlim no ano de 2013.




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